Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
Marc Hendrickx que desde 2005, preside à Associação de Escritores da Flandres propõe-nos um livro em que aposta no confronto da obra do cantor e poeta judaico-canadiano Leonard Cohen.
A problemática do pensar a felicidade, a fé, a consciência, o amor, a velhice e a morte, é-nos sugerida numa abertura de horizonte no caminho de um interpretar amplo da vida de Cohen, de onde se não arreda a sua passagem pelo mosteiro Zen da Califórnia que, constituiu refúgio do poeta, algumas vezes. O legado de Cohen é um legado de contínuo regresso à preocupação com as palavras e dentro destas a recordação da maturidade em crescimento de cada uma.
A proposta de Cohen no determinar quais as passagens das recordações a reter, enquanto paisagens íntegras, ao longo do caminho da vida, e, sem receios de que as escolhidas se encontrem em confronto com a corrente dominante, é temática não descurada por Marc Hendrickx, sobretudo quando descobre na obra de Cohen a curva da tensão no seu “nós” indefinido.
Quem somos e de onde vimos quando os nossos heróis estão vivos e depois de todos eles nos faltarem? Também nos poemas de Cohen, a solidez desta questão atravessa os tempos colocando o dedo na ferida da própria doença, da fealdade, da deslealdade, da decadência, da memória que nos ajuda a explicar quem somos afinal e quanto o distanciamento temporal e espacial são importantes ao relato correto também de nós próprios e do que vivemos. Da inveja, da falta de amor e da frustração enjaulada e encapotada resultam seres viciados em recordações tentaculares e de dramatismos das oportunidades perdidas, como se as suas atuais verdades tivessem uma só medida: a medida da sua interpretação, devidamente adaptada à importância que a si mesmo atribui o supostamente tê-las vivido assim, como a descrevem, num agora à medida de fato com pregas e bainhas q.b.
As histórias moldadas de cada um não determinam a paisagem da recordação, antes a enésima notícia que nos damos, homenageia a consciência que queremos ter, independentemente das circunstancias que se viveram não conseguirem lidar com essas imagens da verdade do agora.
Repara Marc Hendrickx que a teimosia do excesso acima descrito conduz ao que Cohen explica nas suas canções como sendo o caminho do vazio, mesmo que se tenha mão certeira às anotações da obra impossível, que, se diz e muito se transmite ter vivido.
E tudo nos conduz a Leonard quando comparou o ser humano na sua procura desesperada, a uma ave pousada no arame que tanto adverte como consola.
Que cada um encontre em si o despertar de um Cohen que não nos pertence, ou a viagem de cada um não fosse apenas a de cada um, numa relativização da verdade e não do seu dito sonho ou realidade polvilhada com a luz que reflete e que raramente se expressa como luz própria.
Numa edição da Guerra e Paz em 2008 eis a proposta.
Great politics; great events! No Cenotaph, em Whitehall, emoldurada pelo povo e escoltada pelos líderes políticos, religiosos e militares, com a Royal Family e os representantes da Commonwealth of Nations, HM The Queen Elizabeth II preside a cerimónia pela paz no Remembrance Sunday.
Além Atlantic, após os instintos primários em abominável Circus Maximus, eis Mr Donald John Trump como 45.º presidente dos United States of America. Com o busto de Sir Winston S Churchill de novo a caminho do Oval Office, os atlantes are going back to the front of the queue. RH Nigel Farage reúne em New York com o recém eleito. — Chérie! Battre le fer pendant qu’il est chaud. Temem pela Pax Americana. O NATO Secretary General, Mr Jens Stoltenberg, adverte que "going alone is not an option either for Europe, either for the US." Já Frankfurt e Herr Wolfgang Schäuble acolhem a Euro Finance Week, para debater a Brexit e a banca de dinheiros em encontro onde pontua o ECB VP Vítor Constâncio. Temem pela Lex Germanica. — Hmm! I don't want to rain in your parade. Em vésperas da decisão no Supreme Court sobre o ready-to-go, o HM Government prepara o post-Brexit e planeia investir bilions na economia. Paris reabre o Bataclan, um ano após o horrífico atentado terrorista do 13/11, com Mr Sting no centro do concert hall. Os aliados tomam a histórica Nimrud ao Isis no Irak. Parte um samaritano da poesia, da música e da espiritualidade, presença muito cá de casa. Com Monsieur Leonard Cohen viaja o suave Mr Robert Vaughan. Hoje é noite da largest moon in 69 years.
Beautiful but freezy sunny days at Central London, And, what a remarkable week! O fantástico elo entre a lua e a humanidade vive hoje momento alto ao crepúsculo, com o esplendor brilhante perante nós da largest moon since 1948. A maior das proximidades entre corpos celestes sucede a um emotional day of remembrance no Cenotaph. Her Majesty The Queen conduz as homenagens nacionais aos caídos de 1914-1919 em cerimónia onde a Prime Minister RH Theresa May saúda “those Servicemen and women killed in all conflicts since the First World War.” O reino faz dois minutos de silêncio nos memoriais ao sacrifício dos seus, enquanto London ouve os canhões e a passarada ao ritmo das bandas militares na tradicional romagem dos veteranos. Em honra dos Glorius Dead, a abrir a parada do Armstice Day com inconfundíveis palavras Mr Rupert Brooke, o Prince Harry of Wales belíssimamente recita The Soldier no National Arboretum: “If I should die, think only this of me: / That there's some corner of a foreign field / That is for ever England. / There shall be / In that rich earth a richer dust concealed; / A dust whom England bore, shaped, made aware, / Gave, once, her flowers to love, her ways to roam, / A body of England's, breathing English air, / Washed by the rivers, blest by suns of home. || And think, this heart, all evil shed away, / A pulse in the eternal mind, no less / Gives somewhere back the thoughts by England given; / Her sights and sounds; dreams happy as her day; / And laughter, learnt of friends; and gentleness, / In hearts at peace, under an English heaven.”
Os ventos atlânticos sopram forte. O dito impossível, aqui previsto nos idos de January, acontece no derby do Oval Office. Contra todas as certezas da Press e do coro dos intelectuais prête-à-porter, vence Mr Donald J Trump. Para simplificar a Part II, resumamos o Trumphenomena com fórmula do tipo coca-cola: primeiro estranha-se, depois entranha-se. E resulta em pleno a operação política de terraplanagem. Os Republicats ganham a White House, o Senate e a House of Representatives, plus as chaves do Supreme Court. Não é de todo a marcha final do Chorus of the Hebrew Slaves, na Nabucco de Messer Verdi, pois mais bastiões vão em breve cair, mas as elites daquém e dalém finalmente estremecem com novo choque eleitoral de magnitude maior. Ainda assim, ao erguer das Atlantic Towers, algumas reagem com algo de Marie Antoinette no “Qu’ils mangent de la brioche.” No triunfo de Washington, quiçá consciente do imperial memento mori, porém ainda com unfinished businesses na bagagem, DJT é gracioso com quantos derrota. E aqui dois retratos de Tara. Bold and strong, Mrs Hillary R Clinton concede a presidência em discurso de valores maiores enquanto o President Barack Obama recebe na White House aquele que tingira como “unfit for the job.” Ora, visionar os dois homens juntos na sala presidencial tem tanto de estranho quanto de fascinante: o vitorioso street fighter que lhe negara até reconhecer o direito de berço e o cool leader que o fustigara sem dó durante the most bitter campaign ever. Diversa imagem oferece risonho encontro do New Hair Force One com RH Nigel Farage MEP, aquele um proud son de mãe escocesa e este the first British politician a reunir com o US President-elected, antes mesmo de este telefonicamente falar com Mr Vladimir Putin. Agora com o Real Donald ao leme, corrigidos que sejam os 3 M’s de Mexicans, Muslims & Misoginy, claro que a conspiração das circunstâncias continua.
As resistências à mudança do insustentável new normal igualmente prosseguem, lá e cá. Os locais Daily Mail, Sun e Daily Express estão debaixo de fogo de um ente autodenominado Stop the hate, que os quer enquadrar como veículos de xenofobia e de racismo. Pedem a anunciantes e leitores que os silenciem. Por acaso, só por acaso na campanha dos Newest Illiberals, o traço comum dos três jornais é terem uma posição editorial pró-Brexit. Fechemos antes, pois, com nota devida ao senhor Leonard Cohen (1934-2016). Emocional e intelectualmente, for me, one of the greatest ever, com lugar reservado no coração, na pele e nas horas vagas. Tanto que hesito como dizer farewell. Há You Want It Darker: what we know so far e profético “know that I am so close behind you that if you stretch out your hand, I think you can reach mine”; e há a tela familiar de Call you grass e “call you wind-bent slender grass / say you are full of grace /and grown by the river / Say what country / say what river / say what colour / Tell where is the clock / in the rose's face / tell where are the speared hands / bending the fences over / Call you loving in whatever room / in orchards on seas / knowing not whom you leave / whom you pass / who reaches after.” Com um profundo obrigado pela beleza, have a good journey, marvellous friend. See you, down on the road. — Well, well! Remember how Master Will blissfully plays with The Mechanicals and that Athenian craftsmen Bottom surrounded by some indispensable comic relief in A Midsummer night’s dream: — I have had a most rare vision. I have had a dream, past the wit of man to say what dream it was.
St James, 14th November 2016
Very sincerely yours,
V.
PS: Notaram a informação ice-cream type? Após meses de tinta incendiária, que sabemos do programa político do eleito nos US? Donde: Como será e quais os efeitos da fortress America?
Incontornável cantor e poeta judaico-canadiano Leonard Cohen, a felicidade, o objectivo de vida, o amor, a velhice e a morte.
Um perpétuo regresso ao reunir ambas as partes da alma, digo.
Sempre que pude estive nos seus concertos por uma e outra razão também ligadas à beleza e ao consolo, termos que quase nunca utiliza e deles fala continuamente.
Troca-se o desejo pela paz sabendo que Ain’t No Cure for Love, e se saiba só pelo olhar que I’m Your Man seja so close to everything we’ve lost que ninguém pode sair ileso afinal depois de aceitar a proposta: Take This Waltz.
Aceitei-a sim, para a dançar na orla da floresta onde, só a minha ave me aguardava.
E diz Leonard Cohen: « Embora as pessoas mudem, o cabelo fica grisalho e caia, o seu corpo se degrade e morra, acho, ainda assim, que há algo que permanece imutável:o amor intacto, esse é o incurável.»
A unidade total é impossível se ambos os parceiros não partilharem a mesma atitude espiritual, afirma também Cohen com tranquilidade e melancolia.
Em 2011 é-lhe atribuído o prémio Principe das Astúrias das Letras. Um príncipe que à sua princesa disse:
sei que estás cansada da tua beleza e esta noite não quero que carregues esse injusto peso. Como podes carregar tanto, até mesmo o que os nossos olhos não merecem?, e do que tu sabes eu não sei. E o carrego é teu?, minha paixão, meu vocabulário religioso. Por favor pousa a tua mão no meu papel. Descansa.
Leonard, um segredo exposto de Agosto, uma base de trabalho ideal. Um homem de evoluções inquietas a uma poderosa força interior pois sempre soube que
First we take Manhattan
e o desmaio em 2009 de Leonard Cohen durante um show na Hungria, foi orlado por uma estrela a anos-luz de distância, também conhecida por visita-retribuição.