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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

A FORÇA DO ATO CRIADOR

  


A arquitetura e a cidade em Rohmer expõem falhas, modificações, reflexos, imagens, encontros.


“Dans le fond, ça me rassure, dis-je, j’aime bien qu’il y ait du monde dans les rues, à n’importe quelle heure. C’est ce qui fait l’agrément de Paris. Je ne connais rien de plus sinistre que les après-midi de province ou de banlieue…”, Fréderic In L’Amour, l’après-midi (Rohmer 1998, 214)


No filme L’Amour, l’après-midi (Eric Rohmer, 1972) a metrópole, neste caso Paris, apresenta-se como um lugar que salva da angústia e do aborrecimento quotidiano. A cidade oferece a possibilidade de o indivíduo desaparecer para emergir.


Lê-se em ‘Film as Theology’ de Keith Tester (2008) que o território dos filmes de Rohmer têm um sério compromisso com a realidade. Segundo Tester, o realismo dos seus filmes, distingue-se ao refletir a importância da graça teológica para a vida empírica de cada pessoa humana. Nos filmes de Rohmer, o território cartografado é precisamente o lugar para aprender a olhar e para atender às manifestações da graça.


Em L’Amour l’après-midi a cidade revela-se como sendo o lugar onde a imaginação se desenvolve e onde suposições se poderão eventualmente cumprir. É durante a hora de almoço tardia que Fréderic fantasia viver uma vida paralela. Mas assim que dá a possibilidade da vida imaginária se concretizar, através de Chloé, Fréderic escolhe conservar-se firme na sua vida real.


Na opinião de Tester, os filmes de Rohmer exploram o conceito de graça que está incorporado no mundo da experiência e da prática. Graça para Rohmer é o momento capaz de transformar o indivíduo de modo a poder perseverar na vida real. Rohmer revela assim a importância de cultivar o olhar aberto ao milagre que irrompe inesperadamente através dos outros e do mundo objetivo que nos rodeia.


A arquitetura e a cidade em Rohmer têm esse papel, porque é através desse espaço físico que se expõem falhas, modificações, reflexos, imagens, encontros... Segundo Rohmer é a graça divina que salva e que indica o caminho e o verdadeiro destino.


Tanto o cinema como a arquitetura, para Rohmer, moldam o espaço e têm a capacidade de influenciar e determinar o trajeto humano. Porém é sobretudo a arquitetura, que através da sua forma e escala pode ser uma abertura para a compreensão que transcende. A cidade onde Fréderic se move e trabalha é o espaço da sua vontade e da sua imaginação mas também lugar de uma vontade sublime. Para Tester, Rohmer com sua objetividade, explora sobretudo os momentos em que a infusão divina se perde e se manifestam erros, ilusões e estratégias na tentativa das personagens se preservarem da tentação.


Ana Ruepp

A FORÇA DO ATO CRIADOR

  


A metrópole revela-se como um lugar único, que se desenvolve através de correntes opostas, onde a nossa existência fugaz é apenas mais uma pequena célula.


“Je marche dans la foule qui sort de la Gare Saint-Lazare, et s’écoule dans les rues avoisinantes. 
J’aime la grande ville. La province et les banlieues m’oppressent. Et, malgré la cohue et le bruit, je ne rechigne pas à prendre un bain de foule. J’aime la foule comme j’aime la mer, non pour m’y engloutir, m’y fondre, mais voguer à sa surface, en écumer solitaire, docile en apparence à son rythme, pour mieux reprendre le mien propre, dès que le courant se brise ou s’effrite. Comme la mer, la foule m’est tonique et favorise ma rêverie. Presque toutes mes pensées me viennent dans la rue, même celles qui concernent mon travail.”, Éric Rohmer In L’amour l’après-midi


No filme L’Amour l’après-midi (Rohmer, 1972) Frédéric confessa o seu gosto pela grande cidade. A metrópole facilita oposições e vive de contradições. É através do mergulho na multidão, que Frédéric consegue revigorar-se e encontrar o seu próprio ritmo - e apesar de todo o barulho quase todos os seus pensamentos lhe vêm à cabeça na rua.


No texto “The Metropolis and Mental Life” ((adapted by D. Weinstein from Kurt Wolff (Trans.) The Sociology of Georg Simmel. New York: Free Press, 1950, pp.409-424)), Georg Simmel escreve que as condições da vida numa metrópole estão associadas a rápidas aglomerações de imagens em constante mudança, a descontinuidades acentuadas, a apreensões inesperadas e a impressões que se precipitam. O ritmo e a multiplicidade da metrópole contrasta com a vida das aglomerações mais pequenas onde há mais espaço e mais tempo para que as imagens mentais e sensoriais fluam mais lenta e uniformemente. Simmel explica que a vida nos círculos mais pequenos assenta em relações emocionais mais profundamente sentidas que crescem rodeadas em ritmos constantes e costumes ininterruptos. 


Já a vida metropolitana tem como base o predomínio do intelecto. Segundo Simmel, o intelecto é a mais adaptável das forças interiores. O intelecto ajusta-se à mudança e ao contraste dos fenómenos sem choques, nem convulsões interiores. São as forças racionais que dominam o ser metropolitano. A intelectualidade é assim vista como uma capacidade menos sensível e mais afastada da profundidade da personalidade. E Simmel pensa ser esta a capacidade que preserva a vida subjetiva contra o poder esmagador da vida metropolitana. 


A economia monetária e o intelecto estão intrinsecamente ligados na metrópole, ao partilharem a atitude mais dura e irrefletida perante pessoas e coisas. Simmel afirma que o intelecto pode ser indiferente a toda a individualidade genuína e a racionalidade extrema reduz tudo e todos a um número indiferenciado. 


O individuo metropolitano relaciona-se com as outras pessoas de acordo com interesses e realizações objetivas. No pequeno círculo as pessoas conhecem-se e a produção tenta satisfazer a pessoa particular. Na metrópole a produção é feita em massa, para satisfazer pessoas anónimas, e por isso os interesses puramente individuais sobrepõem-se e tomam uma importância desmedida.


A metrópole, como organismo composto, só se concretiza na agregação de muitas pessoas com interesses muito diferenciados e na integração de muitas atividades e relações dentro de um espaço estável e impessoal. A pontualidade, a calculabilidade e a exatidão são impostas a todas os indivíduos por causa da extensão e da complexidade da metrópole.


Em contraste com a exatidão, a precisão e a impessoalidade na metrópole pode surgir uma incapacidade em reagir a novas sensações. Esta atitude de indiferença, resultado também da importância da economia monetária, pode provocar o alheamento em relação ao sofrimento e à exploração do outro.


O metropolitano tenta preservar o eu. O individuo da grande cidade ao ser mais reservado torna-se mais insensível - e a indiferença pode provocar estranheza, aversão, e até repulsa mútua, e que levada ao extremo pode transformar-se em ódio e em conflito físico. 


Porém apesar do perigo da indiferença é a distância e a estranheza que protegem os indivíduos na grande cidade. Simmel explica que a dissociação da vida metropolitana é, na realidade, apenas uma das suas formas elementares de socialização. A reserva é o fenómeno mental mais geral da metrópole, pois pode conceder ao indivíduo liberdade pessoal e tolerância.


Um círculo social pequeno somente permite aos seus membros um campo limitado para desenvolver determinadas qualidades e movimentos individuais. Assim que uma pequena associação se expande (numérica e espacialmente) a unidade interior enfraquece e a rigidez da demarcação original contra os outros é suavizada através de múltiplas relações e ligações. E o indivíduo ganha liberdade de movimentos e adquire também uma individualidade específica e diferenciada, à qual a divisão do trabalho no grupo alargado dá ocasião. 


Segundo Simmel, quanto maior for o círculo que forma o nosso meio e quanto mais abertas forem as relações com os outros, mais se dissolvem as fronteiras, mais se quebra o círculo que limita realizações, condutas de vida e perspetivas do indivíduo, e mais facilmente se dá uma especialização quantitativa e qualitativa.


A proximidade corporal e a estreiteza do espaço tornam a distância mental, entre indivíduos, muito visível e mais dificilmente suportável. Por isso, a reserva e a indiferença recíprocas sentidas na multidão da metrópole até estimula a independência e a aceitação de cada indivíduo. 


Não é apenas a dimensão alargada da área e o elevado número de pessoas que faz da metrópole o local da liberdade. É também através da transcendência da extensão visível, onde o horizonte de cada indivíduo se expande de acordo com aspetos quantitativos da vida. No pequeno círculo, o indivíduo é reduzido aos limites do seu corpo. Mas, na metrópole o indivíduo não se esgota nos limites do seu corpo ou no espaço da sua atividade imediata. Na metrópole, alcance físico de uma pessoa é antes constituído por uma alargada rede de conexões que se disseminam temporal e espacialmente. 


A liberdade individual, da metrópole, não deve ser entendida apenas no sentido da mera liberdade de mobilidade e da eliminação de preconceitos. O importante é que a particularidade e a incomparabilidade, que cada ser humano possui, se possa também exprimir na elaboração de um modo de vida particular e inconfundível. A grande diversidade de serviços, a enorme concentração de pessoas e a intensa dependência em relação ao outro, obrigam, o indivíduo a especializar-se numa função que é insubstituível. O indivíduo tem assim de afirmar a sua personalidade dentro das dimensões da vida metropolitana - a brevidade e a escassez dos contactos inter-humanos contribuem para que o individuo se possa destacar. 


Na opinião de Simmel, o desenvolvimento da cultura moderna caracteriza-se então pela preponderância do "espírito objetivo" sobre o "espírito subjetivo”. A atrofia da cultura individual através da hipertrofia da cultura objetiva é uma das razões do ódio amargo que os pregadores do individualismo mais extremo nutrem contra a metrópole. Apesar de livre, o indivíduo sente-se igualmente só e perdido na multidão metropolitana. Na metrópole assiste-se igualmente a um retrocesso da cultura do indivíduo no que diz respeito à espiritualidade e ao idealismo. Esta discrepância resulta essencialmente da crescente divisão do trabalho e da crescente importância dada à economia monetária, como já foi atrás referido. O indivíduo é uma pequena peça inserida numa enorme organização de poderes - que lhe retira todo o movimento, toda a espiritualidade e todo o valor, de modo a transformar a sua forma subjetiva numa forma de vida puramente objetiva. 


Por isso, Simmel explica que embora a vida se torne mais fácil para a personalidade se afirmar na medida em que os estímulos, os interesses, o uso do tempo e da consciência lhe são oferecidos por todos os lados, na metrópole a pessoa é transportada como se estivesse numa corrente, sem quase precisar de nadar por si própria. Mas, a vida metropolitana é composta por conteúdos e ofertas impessoais que podem provocar incomparabilidades. Isso faz com que o indivíduo recorra ao máximo à singularidade e à particularização, a fim de se preservar.


A metrópole contribui para a independência individual e para elaboração da própria individualidade mas também é o terreno que ultrapassa toda a vida pessoal. É desta tensão e conflito que vive a metrópole. É função da metrópole proporcionar espaço para esta luta e para esta reconciliação. Pois a metrópole apresenta as condições peculiares que nos são reveladas como oportunidades e estímulos para o desenvolvimento do indivíduo. A metrópole revela-se como um lugar único, que se desenvolve através de correntes opostas, onde a nossa existência fugaz é apenas mais uma pequena célula.


Ana Ruepp

A FORÇA DO ATO CRIADOR

  


A Metrópole é o lugar por excelência onde as contradições do utopismo moderno se concretizam.


“If Manhattan is still is search of a theory, then this theory, once identified, should yield a formula for an architecture that is at once ambitious and popular.”, Rem Koolhas (Hays 2000, 320)


Uma Metrópole é um lugar irresistivelmente não natural e sintético que resulta da junção entre máquinas, pessoas e edifícios. Apresenta extrema densidade de população e de infraestruturas. A essência da vida na Metrópole é ambivalente, pois, reúne simultaneamente constrangimento e euforia, submissão e intoxicação, isolamento e convívio, confiança e hesitação, certeza e engano. A Metrópole é o lugar por excelência onde as contradições do utopismo moderno se concretizam e encontra o seu objeto mais perfeito em Manhattan.


No texto “Life in the Metropolis” or “The Culture of Congestion”, Rem Koolhaas escreve que Manhattan é assim considerado o arquétipo da condição metropolitana. Representa a apoteose de um ideal de densidade, de consumismo e de todo o tipo de mundanismo - e a sua arquitetura promove um estado permanente de acumulação excessiva, a todos os níveis, e em todas as suas possíveis camadas. Koolhaas ao olhar para Manhattan demonstra que a “cultura da congestão” põe em relação a arquitetura comercial e o programa vanguardista de aceleração de todo e qualquer efeito tecnológico.


Para Koolhaas, foi a experiência de Coney Island que testou a nova arquitetura metropolitana democratizada - através de máquinas e infraestruturas que produziam lugares, alimentos e atrações (só disponíveis até então para alguns) em massa e até se possível em funcionamento durante 24 horas por dia. Muitas destas atividades pretendiam, através da mais avançada artificialidade, converter o natural, num intrincado simulacro. Todos os elementos naturais da ilha foram substituídos por um avançado serviço técnico que pretendia compensar sentimentos de solidão, alienação e ansiedade, inerentes à vida moderna. A tecnologia não é aqui, agente de melhorias objetivas e quantificáveis ​​é, antes um substituto superior da realidade natural derrotada pela imensa densidade de consumidores humanos. Esta realidade alternativa é fabricada, inventada e planeada, em vez da realidade natural, acidental e arbitrária. Coney Island é uma realidade alternativa que se executa em instrumentos de modernidade pura, e que possibilita a existência de situações nunca antes vistas - verdadeiro resultado da fantasia mental humana.


No texto lê-se ainda que a invenção do elevador se transformou também num sinal da condição metropolitana. A essência da invenção de Elisha Otis atualiza-se simplesmente na habilidade de prevenir o elevador de cair. Ora, na verdade, na Metrópole cada invenção técnica está impregnada de uma dupla imagem: a maneira de evitar um possível desastre é tão importante quanto a invenção original.


O elevador torna-se assim no grande libertador de todos os andares que estão acima da terra. Revela a sua maior importância ao introduzir um novo paradoxo metropolitano - quanto maior a distância do chão e mais antinatural a localização, mais próxima será a ligação à natureza que resta (luz, ar, céu e paisagem). Por isso, quanto mais o elevador sobe, mais desejáveis serão os acontecimentos e as circunstâncias.


Sendo assim, o elevador, em conjunto com a estrutura de aço, permitiu a multiplicação infinita da Metrópole - introduzindo inumeráveis camadas à superfície do mundo. O arranha-céus transformou-se, desde então, no instrumento primordial da arquitetura da densidade e da artificialidade.


Cada um desses níveis artificiais é tratado como um lugar cheio de potencial para a construção de um domínio privado. A criação dos arranha-céus é, desde logo, muito bem sucedida porque um único edifício é capaz de integrar e respeitar cada uma das parcelas isoladas e de promover a sua convivência sem interferir em nenhum dos seus conteúdos. O arranha-céus é assim uma superestrutura gigante, perene, estável e silenciosa que permite a acumulação de ilimitadas existências privadas, nunca dadas a conhecer antes da construção: “Villas go up and collapse, other facilities replace them, but that does not affect the framework.”, Rem Koolhas (Hays 2000, 325)


Para Koolhaas, nunca antes da existência do arranha-céus, um edifício tinha sido um intenso contentor e eficaz laboratório intelectual e emocional. Através do arranha-céus, cada lugar da Metrópole acomoda combinações instáveis e imprevisíveis, de muitas atividades sobrepostas e simultâneas cujo planeamento está fora do controlo do arquiteto.


Edifícios como Downtown Athletic Club e o Radio City Music Hall são verdadeiramente revolucionários porque oferecem uma alternativa às grandes mudanças técnicas e psicológicas causadas pela vida na Metrópole. A sua existência permite uma distribuição incrível e impensável de experiências fictícias, complexas e aleatórias num só lugar. Esta forma de arquitetura revela a verdadeira e a pura intenção modernista de planear a coreografia da humanidade através de elementos técnicos e psíquicos experimentais que transcendem o tempo.


A indeterminação do arranha-céu permite que, na Metrópole, uma função específica não exista nunca num só lugar. O arranha-céus é, para Koolhaas, o elemento fundamental e ideal para a desestabilização e transformação urbana, porque a reorganização contínua e incessante das funções não afeta nunca a estrutura do próprio edifício.


Os edifícios da Metrópole são assim enclaves protegidos, herméticos e autocontidos que oferecem abrigo emocional à população em massa, através da metáfora e da criação de mundos ideais, paralelos e transcendentes. Em conjunto, todos estes fragmentos utópicos formam uma fonte de fórmulas poéticas - o planeamento urbano tradicional é assim substituído, na Metrópole, por um planeamento metafórico de navegação ideológica.


“Exteriors and interiors of such structures belong to two different kinds of architectures. The first-external-is only concerned with the appearance of the building as a more or less serene sculptural object, while the interior is in a constant state of flux-of themes, programs, iconographies-in which the volatile metropolitan citizens, with their overstimulated nervous systems, combat the perpetual threat of ennui.”, Rem Koolhas (Hays 2000, 328)


Na opinião de Koolhas, a verdadeira ambição da Metrópole é assim modernista, porque consiste em criar um mundo totalmente fabricado pelo ser humano, ao dar a possibilidade real de se viver dentro da fantasia humana. A fantasia é então matéria e fica a fazer parte da realidade do mundo.


A cultura do congestionamento e a vida na metrópole é uma forma subconsciente, espontânea e eficaz de combate contra a arquitetura de doutrina explícita e oficial (de espaços e formas dignas e decentes feitas para garantir um determinado número de relações sociais) e avessa à metáfora (que exorciza o medo pelo caos através do planeamento objetivo e previsível, que dispersa a sua massa, que isola os seus componentes e que quantifica as suas funções).


É o efeito acumulativo do arranha-céus que facilita a existência dos inúmeros episódios fictícios, e que fazem cair por terra a ideia de que a realidade é uma presença segura, imutável e indestrutível na nossa vida imperfeita. Todas as estruturas artificiais da Metrópole representam, por isso, uma queda livre no espaço da imaginação humana, uma queda com desfecho imprevisível.

 

Ana Ruepp