CRÓNICA DA CULTURA
OS PÓS- HUMANOS E OS HUMANOS
A proposta de que já nos tornámos pós-humanos, enquadra-se no pensar e no atuar, de quem solta a gaiola em cada um de nós e assim nos caça.
De facto, até se tornou conveniente para quem só visa subordinar o humano, esmagar os direitos universais por inaplicáveis ao não humano.
Para as correntes políticas e académicas que afirmam que já só se vive o pós-humano, nem sequer é necessário falar no humano, já que o pós-humano é e já está, aqui e agora, esgotadas que estão as diferenças, para eles, entre humanos e máquinas.
É conveniente à força da gaiola que, um estalar de dedos, baste à sujeição da não-queixa do engaiolado humano, e é igualmente conveniente que este sinta que a sua liberdade anterior, era um erro tremendo, incompatível à realidade à qual se deve submeter.
Porém, no transformar dos sistemas tecnológicos avançados, em algo contra os seres humanos, assumem relevo as direitas e as esquerdas políticas totalitárias, nenhuma delas permitindo que o humano se sente à mesa da natureza e da sua própria humanidade, e as tente entender através da luz da liberdade.
Contudo, a pressa com que se aposta que o homem será apagado, é a mesma que denuncia que sob o peso da gaiola, se encontra ainda a atomização em rede, essa mesma que até a delegação na I.A. impedirá que escrava seja.
Teresa Bracinha Vieira