LONDON LETTERS
Britishness, The Scottish Question and, a black wolf, 27-22 March 2017
RH Theresa May atravessa o Hadrian Wall. As tropas do SNP perfilam-se no topo das montanhas.
Está a 72 horas de acionar o Article 50 que abre à saída do UK da European Union. Há dias atrás fala a um reino unido após ataque jihadista às Houses of Parliament. Bastam 82 segundos para semear a morte dos agnelos e a perplexidade face ao mal. — Chérie. L'intention fait l'action. Os líderes religiosos rezam a um só céu pelos caídos: PC Keith Palmer, Mr Kurt Cochran, Mrs Aysha Frade e Mr Leslie Rhodes. Um português sobrevive ao atentado com ferimentos ligeiros. — Hmm. Where God builds a church, the devil will make a chapel. Northern Ireland vive problemática formação do governo sob encruzilhada constitucional: o consenso DUP-Sinn Féin, a terceira eleição num ano ou a London rule. Já a EU comemora os 60 anos do Treaty of Rome, Capitol Hill declina o Obamacare Repeal do Presidente DJ Trump e Madame Le Pen visita o Kremlin. O Prince George of Cambridge prepara-se para frequentar a Thomas's Battersea School em London. O Ukip perde o seu único MP, com o abandono do partido de RH Douglas Carswell MP sem ida a votos.
Sunny break after the terrible dark clouds at Central London. O pandemónio vem e vai, inopinado, deixando um rasto de devastação cujos efeitos silentes ainda germinam. Hoje são as barreiras de segurança erguidas até ao Windsor Castle. Ontem foi a assombração. Os corpos, o sangue, os disparos, o pânico, os polícias e o selar do perímetro, a reação armada, carros e helicópteros, ambulâncias, angélicos paramédicos no auxílio às vítimas e ao vilão, os heróis acidentais. Destacam-se RHs Tobias Ellwood e Ben Wallace MPs, reconhecidos, celebrados e entrados no Her Majesty’s Most Honourable Privy Council. O ataque terrorista de 22 March no coração de Westminster é uma voragem do mal e do bem. O black wolf logo é abatido, mas sobejam intermináveis horas de um misto de perturbação nas almas ao olhar o abismo. A expressão da Right Honourable Theresa May tudo compõe, porém, na insigne House of Commons:
“Mr Speaker, yesterday an act of terrorism tried to silence our democracy. But today we meet as normal.” E é a urbana normalidade que abate o fantasma jihadista. O assalto falha tão redondamente que de novo sobrevém desconcerto. Com uniformes a esquadrinhar o país de lés-a-lés em lide da ameaça severa, eis eurófila manifestação de amor na mesmíssima praça onde o demónio, por momentos, andou à solta. A insólita tela diz também algo dos labirintos humanos. Nos portões do palácio, olhando as estátuas dos santos locais, mora uma rosa branca.
Dos valores comuns da Britishness, ”the values we share in our family of nations,” fala Mrs May quando hoje ruma às Highlands. A visita antecede a notificação oficial a Brussels da retirada do euroclube e materializa sensível etapa diplomática para concertar posições entre os quatro povos do reino. Se no plano europeu há que aguardar pelas 12H30 de 29 March 2017, hora e dia apontados para a entrega de carta primoministerial ao EC President Donald Tusk, em simultâneo com a presença da PM nos Commons para informar o país e responder aos MPs pelo ato, na frente interna acaba o 10 de obter imprevista trégua. Por acaso do destino, os trágicos acontecimentos em London congelam o voto do segundo referendo à independência em Holyrood. O compasso de tempo não durará, todavia. Os ecos do encontro com a First Minister Nicola Sturgeon pouco revelam, nomeadamente quanto a devolução dos poderes a repatriar, além de um esfíngico sorriso das duas ladies na foto de família. Em público, discursando no UK’s Department for International Development em East Kilbride, deixa a English Tory mensagem para Scots ouvirem: "[T]his is not – in any sense – the moment that Britain steps back from the world. Indeed, we are going to take this opportunity to forge a more Global Britain. The closest friend and ally with Europe, but also a country that looks beyond Europe to build relationships with old friends and new allies alike. (…) So as Britain leaves the European Union, and we forge a new role for ourselves in the world, the strength and stability of our Union will become even more important "
Em momentos pela maioria classificados com um modern hino à Union Jack e aos “shared values of freedom of speech, democracy, respect for human rights, the rule of law,” soberana nota final. Às mãos dos Brits chega a high-tech £1 coin, cunhada pelo Royal Mint em Llantrisant (South Wales) com o quinto perfil de HM The Queen.
A nova libra esterlina apresenta-se inovadora, diferente, com bordo de 12 ângulos, dourada e prateada, mais leve, fina e larga que a good old pound. Às características do design único soma especial minúcia ótica de defesa contra falsários. — Well. After an appalling week, even surrounded by gold and silver, bear in mind that thing of darkness that Master Will talks in The Tempest by the voice of Ariel: — Not a soul / But felt a fever of the mad and played / Some tricks of desperation. All but mariners / Plunged in the foaming brine and quit the vessel, / Then all afire with me. The king’s son, Ferdinand, / With hair up-staring—then, like reeds, not hair / — Was the first man that leaped, cried, “Hell is empty / And all the devils are here."
St James, 27th March 2017
Very sincerely yours,
V.