Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

POEMS FROM THE PORTUGUESE

POEMA DE RENATA CORREIA BOTELHO

  


o gato


o gato espia do telhado
a vida a partir
em cada comboio que passa,
o tempo que se arrasta
na dor metálica dos carris.

é feriado nas mãos,
trago uma canção triste
e o teu rosto no bolso.


in Um Circo no Nevoeiro, 2009


from the roof


from the roof the cat spies
life leaving
on every train that goes by,
time trailing
on the aching metallic rails.

i hold a holiday in my hands,
a sad tune and your face
in my pocket.


© Translated by Ana Hudson, 2012
in Poems from the Portuguese

POEMS FROM THE PORTUGUESE

POEMA DE RENATA CORREIA BOTELHO

  


tu que viste…


tu que viste fiordes e corais,
que chegaste das palavras
subterrâneas e do que fica
por dizer, que aprendeste o silêncio
em várias línguas e atiraste um dia
a moeda ao ar para enganar
a morte, quantos verbos
queres mais para percorrer
esta narrativa inútil?


in Um Circo no Nevoeiro, 2009.


you, who saw…


you, who saw fjords and corals,
who arrived from subterranean
words and from what is left
to be said, who learned silence
in many languages and one day
flipped a coin to cheat
death, how many more verbs
do you need to go through
this pointless narrative?


© Translated by Ana Hudson, 2011
in Poems from the Portuguese