Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

O CASO DA NÃO CRIAÇÃO DE PORCOS…

O CASO DA NÃO CRIAÇÃO DE PORCOS

 

DIÁRIO DE AGOSTO (XIX) - 19 de agosto de 2017

 

Esta também foi contada, cheia de pormenores, pelo António Alçada, como ilustração do analfabetismo da tecnocracia.

 

Millor Fernandes dizia que «a economia compreende toda a atividade do mundo. Mas nenhuma atividade do mundo compreende a economia». A este propósito recorda-se o célebre caso da não criação de porcos.

 

Abreviando razões, trata-se de um subsídio por cabeça para a não criação de porcos - e do requerimento para o efeito feito ao Ministro. Basta ler a parte final para entender tudo.

 

«Excelência. Estes porcos que não criaremos teriam comido 10 mil sacas de trigo. Ora, assegurando-nos que o governo indemnizará igualmente os agricultores que não cultivem o trigo. Nesta ordem de ideias, poderemos esperar que nos deem qualquer coisa pelas sacas de trigo que não serão cultivadas para os porcos que não criaremos. Ficar-vos-emos extraordinariamente reconhecidos se nos responder o mais rapidamente possível, porquanto julgamos que esta época do ano será a melhor para a não criação de porcos e, por isso, gostaríamos de começar quanto antes. Queira Vossa Excelência, Senhor Ministro, receber os protestos da maior consideração. P.S. – Excelência. Não obstante o exposto poderemos engordar 10 ou 12 porcos para nós, sem que isso venha a perturbar a nossa não-criação de porcos? Queremos assegurar que esses animais não entrarão no mercado e não significam mais do que a maneira de termos um pouco de toucinho e presunto para o inverno».

 

 

 

 

 

DIÁRIO DE AGOSTO

por Guilherme d'Oliveira Martins