Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!
As festas nas aldeias de então eram festas noivas, e deixavam no ar o acolher das uniões futuras, que seriam marcadas depois das vindimas.
A certeza das uvas compreendia as consequências dos seus encantos, mais relevantes do que nunca, a cada apanha.
O Douro, uma ideia de visual vivo, tinha a sua teoria: o caminho não se explica.
A magnífica obra da odisseia de cada um, imaginava um futuro que podia emigrar para qualquer mundo, movendo-se ou não.
Neste extraordinário cenário, também havia o cesto com o pão e o chouriço, e às vezes, o queijo, que chegavam para dar força aos músculos das costas que carregavam o grande peso dos cestos das uvas, encosta acima, e tinha de chegar, este conduto, até à memória dos dias e noites de frio de inverno e de doridas fomes que teriam lugar.
Também os beijos de agosto e de um setembro a iniciar-se, descobriam detalhes-maravilha que se não contavam, mas que acordavam o coração.
Chamem-lhes o que quiserem que nada muda: são beijos, quando ali, naqueles momentos, nunca nada mais morrerá.
Entre agosto e setembro que espreita, os sonhadores saem da vigília e cumprem-se. É tudo.
Era sempre assim: instantes que se preparavam; instantes que se seguiam, mundos nunca parados, horas, passos, abraços, vozes, inexaustas energias, cada um no seu instante de começo