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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

TU CÁ TU LÁ COM O PATRIMÓNIO

 

Diário de Agosto * Número 5

 

José de Figueiredo aparece aqui caricaturado por Francisco Valença. O tema é o dos famigerados Painéis ditos de S. Vicente de Fora. O diálogo é entre o Infante D. Henrique e o diretor do Museu das Janelas Verdes. O tema é o grande sucesso de viagem dos painéis, então dois trípticos, até Paris em 1931. Foi um tremendo sucesso – e Figueiredo propõe-se levar os Painéis a todo o mundo… É o que confidencia a Henrique. O Infante, que bem conhecia Paris por estar lá na Crónica dos Feitos da Guiné com a sua imagem, que poderá ter permitido a identificação da obra atribuída a Nuno Gonçalves, responde ao diretor atónito: “É só dizer, o mais que pode acontecer é o Sr. Luciano Freire ter de nos restaurar outra vez”! A história teria, no entanto, mil andanças. Muito se discutiria e discute sobre esse misterioso quadro. A graça desta caricatura do “Sempre Fixe” está em que nessa altura as obras-primas viajavam. Isso tornou-se agora impensável, e o Infante D. Henrique põe água na fervura dizendo, afinal, que o entusiasmo de José de Figueiredo era algo prematuro… Foi, porém, a ida a Paris que tornou o políptico célebre e celebrado. A discussão será sempre interminável e as conclusões sempre precárias. Uma certeza fica: em San Miniato al Monte em Florença, no altar do túmulo de D. Jaime, o Cardeal de Portugal, S. Vicente está representado com grande semelhança aos painéis de S. Vicente de Fora…

 

Pessoa em «A Mensagem» dirá:

«Em seu trono entre o brilho das esferas,

Com seu manto de noite e solidão,

Tem aos pés o mar novo e as mortas eras –

O único imperador que tem, deveras,

o globo mundo em sua mão»

 

Agostinho de Morais

 

 

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A rubrica TU CÁ TU LÁ COM O PATRIMÓNIO foi elaborada no âmbito do 
Ano Europeu do Património Cultural, que se celebra pela primeira vez em 2018
#europeforculture