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Blogue do Centro Nacional de Cultura

Um espaço de encontro e de diálogo, em defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Estamos certos de que o Centro Nacional de Cultura continuará, como há sete décadas, a dizer que a cultura em Portugal vale a pena!

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UM LIVRO SOBRE OS TEATROS DO BAIRRO ALTO

 

Nesta série de artigos sobre os Teatros portugueses ou de raiz histórica portuguesa, tivemos já ocasião de evocar e descrever um conjunto de edifícios ou espaços vocacionados para a atividade teatral: muitos perduram, outros desapareceram, muitos representam uma tradição histórica e arquitetónica, outros não se destacam pela qualidade do projeto e /ou da edificação e conservação.

 

A maioria corresponde ao território nacional, aí incluindo obviamente os teatros dos Açores e da Madeira: mas também aqui referimos numerosos teatros das ex-colónias e até, no que se refere à perspetiva histórica, ao Teatros romanos de Mérida e ao Teatro Manoel de La-Valetta, em Malta.

 

De qualquer forma, são assim descritos ou evocados centenas de teatros, pois muitos dos artigos referem mais do que um, por vezes bastante mais quando decorrem da implantação urbana ou da identificação do arquiteto: sendo certo, entretanto, que também há teatros analisados mais de uma vez. E temos ainda referências a livros sobre cidades ou zonas urbanas de grande tradição e implantação de salas de espetáculo, por vezes ao longo de centenas de anos.

 

E é esse o caso que hoje nos ocupa.

 

Referimo-nos então agora a um livro recentemente publicado, “O Bairro dos Jornais - As Histórias que Marcaram o Bairro Alto e os Seus Jornais”, da autoria de Paulo Martins (Quetzal ed. 2018).

 

Precisamente: o Capítulo 1, intitulado “Em Rutura com a Cidade Medieval”, cita e descreve os Teatros que a partir do século XVIII, foram lá implantados, desde logo em 1733, com o então chamado Teatro do Bairro Alto, no Palácio dos Condes de Soure, onde se realizaram os espetáculos de marionetas de António José da Silva.

 

Mas diz-nos o autor: “Arrasado pelo terramoto, o teatro ressuscitou em 1761. É provável que tenha adquirido a nova designação de Casa da Ópera do Pátio do Conde de Soure, talvez aproveitando parte das ruínas do palácio, uma vez que se situava na Rua da Rosa. Dinamizado pelo empresário João Gomes Varela, proporcionou a estreia a Luísa Todi em 1769” (pág. 33).

 

E o livro de Paulo Martins cita mais uma série de Teatros situados na mesma área urbana: um chamado Teatro Pitoresco, assim mesmo, de 1814, onde terá estreado o “Catão” de Almeida Garrett. E em 1836 Garrett fundou a Conservatório e instalou-o no antigo Convento dos Caetanos.

 

E na mesma zona de Lisboa instalaram-se sucessivas salas de espetáculo, com destaque, porque dura até hoje, para o Teatro da Trindade.

 

O livro de Paulo Martins cita outros teatros e cinemas, alguns que já aqui também referimos, outros não: o Trindade, o Ginásio, mas também, próximos, o São Carlos, o São Luís, e cinemas como o Chiado Terrasse ou o Ideal, que, por incrível que pareça, vem de 1912, com sucessivas e variadas designações: “Foi sucessivamente Cinema Ideal, Cine Camões (após 1978, depois de obras de remodelação) e Cine Paraíso nos anos 1990”. Depois fechou: “reabriu em 2014 completamente renovado. De novo Cinema Ideal, valoriza o conceito de cinema de bairro” (ob. cit.pág. 35).

 

Assim fossem todos!...   

DUARTE IVO CRUZ

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