UMBERTO ECO E CARLO MARIA MARTINI (II)
(Um livro acalorado e nós)
E será que tem prevalecido o sentido simbólico enquanto se anulam as realidades?
E se assim for admite-se a carga utópica como uma reserva de força?
Então aquele medo do futuro que se não confessa, multiplica-se, e a experiência interior que dá a palavra «salvação» tem uma tal amplitude que nos revive em todos os sentidos, incluindo o simbólico, graças!
Afinal é como se o caminho da história da condição humana só tivesse possibilidade de ser encontrado fora dela, mas dentro do simbólico e da esperança, enquanto lugares que consolidam o que afinal tem a energia do que é contingente, do que é aventura por entre as ideias.
Desta forma podemos todos dizer coisas muito parecidas, e, no momento mais dramático do que acontece, deseja-se que a misericórdia se integre em nós, e até na nossa escrita, quantas vezes, indignada? depois da morte de quem parte?
Torna-se então claro o quanto bem carecemos de entender a revelação da nossa condição num fim?
Agora, a realidade será sempre mais importante do que o nome que se lhe dá, mesmo que os nomes possam reconhecer valores comuns.
Mas o nosso exercício ainda está longe de esgotar as coisas simples. Creia-se!
Os nossos pequeninos progressos ainda se balançam entre o simbólico e a realidade enquanto repto.
Teresa Bracinha Vieira